quarta-feira, 16 de junho de 2010
Principais autores do Realismo Brasileiro
(Machado de Assis- Raul Pompeia - Aluízio de azevedo-Visconde de Taunay)
JOAQUIM MARIA MACHADO DE ASSIS
Joaquim Maria Machado de Assis (Rio de Janeiro, 21 de junho de 1839 — Rio de Janeiro, 29 de setembro de 1908) foi um romancista, dramaturgo, contista, jornalista, cronista e teatrólogo brasileiro, considerado como o maior nome da literatura brasileira e um dos maiores escritores do mundo, de forma majoritária entre os estudiosos da área. Sua extensa obra constitui-se de nove romances e nove peças teatrais, 200 contos, cinco coletâneas de poemas e sonetos, e mais de 600 crônicas. Machado assumiu cargos públicos ao longo de toda sua vida, passando pelo Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas, Ministério do Comércio e pelo Ministério das Obras Públicas. No dia 20 de julho de 1897 com iniciativa de Lúcio de Mendonça, fundou a Academia Brasileira de Letras.
A obra ficcional de Machado de Assis tendia para o Romantismo em sua primeira fase, mas converteu-se em Realismo na segunda, na qual sua vocação literária obteve a oportunidade de realizar a primeira narrativa fantástica e o primeiro romance realista brasileiro em Memórias Póstumas de Brás Cubas (sua magnum opus). Ainda na segunda fase, Machado produziu obras que mais tarde o colocariam como especialista na literatura em primeira pessoa (como em Dom Casmurro, onde o narrador da obra também é seu protagonista). Como jornalista, além de repórter, utilizava os periódicos para a publicação de crônicas, nas quais demonstrava sua visão social, comentando e criticando os costumes da sociedade da época, como também antevendo as mutações tecnológicas que aconteceriam no século XX, tornando-se uma das personalidades que mais popularizou o gênero no país.
OBRAS:
Crônicas
Comentários da semana, (1861-1863) - Crônicas do Dr. Semana, (1861-1864) - O futuro, (1862-1863) - Ao acaso, (1864-1865) - Cartas fluminenses, (1867)
Badaladas, (1871-1873) - História de quinze dias, (1876-1877) - História de trinta dias, (1878) - Notas semanais, (1878)
Balas de estalo, (1883-1886) - Bons dias!, (1888-1889)
A semana, (1892-1900)
Contos
Contos Fluminenses, (1870) - Histórias da Meia-Noite, (1873)
Papéis Avulsos, (1882) - Histórias sem Data, (1884)
Várias Histórias, (1896) - Páginas Recolhidas, (1899)
Relíquias da Casa Velha, (1906)
Romance e Realismo
Ressurreição, (1872) - A mão e a luva, (1874) - Helena, (1876) - Iaiá Garcia, (1878)
Memórias Póstumas de Brás Cubas, (1881) - Casa Velha, (1885)
Quincas Borba, (1891) - Dom Casmurro, (1899)
Esaú e Jacó, (1904) - Memorial de Aires, (1908)
Poesias
Crisálidas, (1864)- Falenas, (1870) - Americanas, (1875)- Ocidentais, (1880)- Poesias completas, (1901)
Teatros
Hoje avental, amanhã luva, (1860) - Desencantos, (1861) - Queda que as mulheres têm para os tolos, (1861) - O caminho da porta, (1863) - O protocolo, (1863) - Teatro I, (1863) - Quase ministro, (1864) - Os deuses de casaca, (1866)Tu, só tu, puro amor, (1880)Não consultes médico, (1896)-Lição de botânica, (1906)
ALUÍSIO DE AZEVEDO
Filho do vice-cônsul português David Gonçalves de Azevedo,ainda jovem, enviuvara-se em boda anterior, e de D. Emília Amália Pinto de Magalhães, que se separara de um rico comerciante português, assiste Aluísio, em garoto, ao desabono da sociedade maranhense à união paternal contraída sem segundas núpcias, algo que se configura grande escândalo à época. Foi Aluísio, irmão mais novo do dramaturgo e jornalista Artur Azevedo, com o qual ,em parceria, viria a esboçar peças teatrais.
Ainda em petiz revela pendores para o desenho e para a pintura, dom o qual mais tarde lhe auxiliará a produção literária. Concluindo preparatórios em São Luís do Maranhão, transfere-se em 1876 para o Rio de Janeiro, onde prossegue estudos na Academia Imperial de Belas-Artes, obtendo, a título de subsistência imediata, ofício de colaborador caricaturista de jornais.
Com o falecimento do pai em 1879 volta ao Maranhão para sustentar a família, onde, instigado por dificuldades financeiras, finalmente dá início à atividade literária, publicando Uma Lágrima de Mulher no ano seguinte. Em 1881, ano dentre a crescente efervescência abolicionista, publica o romance O Mulato, obra que resulta em chocar a sociedade por seu modo cru de desnudar a questão racial. O autor demonstra-se abolicionista convicto.
Diante da reação hostil da província, obtendo sucesso com obra à corte considerada exemplo da escola naturalista, volta à capital imperial onde incessantemente produz romances, contos, crônicas e peças teatrais.
Sua obra é tida na conta de irregular por diversos críticos, uma vez a produção oscile entre o Romantismo de tons melodramáticos, de cunho comercial para o grande público, e o Naturalismo já em obras mais elaboradas, deixando a marca de precursor do movimento.
Feito diplomata em 1895 deixa definitivamente da pena, indo servir à Espanha, Inglaterra, Itália, Japão (do qual fez apontamentos antevidentes e singulares), Paraguai e Argentina. Em 1910, feito já cônsul de primeira classe, instala-se em Buenos Aires, onde, passados quase três anos, vem a falecer deixando esposa e os dois filhos desta.
OBRAS:
Uma Lágrima de Mulher, novela (1880)
O Mulato, novela (1881)
Mistério da Tijuca ou Girândola de Amores, novela (1882)
Memórias de um Condenado ou Condessa Vésper, novela (1882)
Casa de Pensão, novela (1884)
Filomena Borges, novela (1884)
O Homem, novela (1887)
O Cortiço, novela (1890)
O Coruja, novela (1890)
A Mortalha de Alzira, novela (1894)
Demônios, contos (1895)
O Livro de uma Sogra, novela (1895)
O Japão, publicado, a partir de manuscritos encontrados na Academia Brasileira de Letras (1894)
O Bom Negro, crônica
Os Doidos, peça
Casa de Orates, peça
Flor de Lis, peça
Em Flagrante, peça
Caboclo, peça
Um Caso de Adultério, peça
Venenos que Curam, peça
República, peça
O Esqueleto, não obstante publicado em recente versão de suas obras completas, organizadas por Nogueira Jr., não é de autoria de Aluísio Azevedo senão da de Olavo Bilac e de Pardal Mallet.
RAUL POMPEIA
Ainda menino, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Matriculado no colégio Abílio, distinguiu-se como aluno estudioso, bom desenhista e caricaturista. Na época, redigia o jornalzinho "O Archote". Prosseguiu seus estudos no Colégio Pedro II e publicou em 1880 seu primeiro romance, Uma tragédia no Amazonas. Em 1881, matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, participando das correntes de vanguarda, materialistas e positivistas, que visavam fundamentalmente à abolição da escravatura e à República.
Ligou-se a Luís Gama e participou intensamente das agitações estudantis. Paralelamente, iniciou a publicação, no Jornal do Commercio do Rio de Janeiro, dos poemas em prosa Canções sem Metro. Reprovado no terceiro ano da faculdade, terminou o curso em Recife. De volta ao Rio de Janeiro, iniciou-se no jornalismo profissional escrevendo crônicas, folhetins, contos. Integrava as rodas boêmias e intelectuais, e, aos poucos, impôs-se como escritor.
Em 1888, deu início à publicação de um folhetim na Gazeta de Notícias e no mesmo ano publicou o romance O Ateneu, uma "crônica de saudades", que lhe deu a consagração definitiva como escritor.
Após a Lei Áurea e a Proclamação da República, prosseguiu em suas atividades de jornalista político, engajando-se no grupo dos chamados "florianistas". Entregou-se a um exaltado nativismo. Tendo pronunciado um inflamado discurso junto à tumba de Floriano Peixoto (1895), foi demitido do cargo que ocupava na Biblioteca Nacional. Suicidou-se com um tiro no peito numa noite de natal, no escritório da casa onde morava com a mãe, que assistiu à sua morte.
OBRAS:
1880 - Uma tragédia no Amazonas (romance)
1888 - O Ateneu (romance)
1900 - Canções sem metro (prosa)
1962 - As joias da Coroa (panfleto satírico)
Alfredo Maria Adriano d'Escragnolle Taunay
Alfredo Maria Adriano d'Escragnolle Taunay, primeiro e único visconde de Taunay, (Rio de Janeiro, 22 de fevereiro de 1843 — Rio de Janeiro, 25 de janeiro de 1899) foi um nobre, escritor, músico, artista plástico, professor, engenheiro militar, político, historiador e sociólogo brasileiro.
Alfredo Taunay nasceu em uma família aristocrática de origem francesa no Rio de Janeiro. Seu pai, Félix Emílio Taunay, era pintor, professor e diretor da Academia Imperial de Belas Artes e seu avô paterno foi o conceituado Nicolas-Antoine Taunay. Sua mãe, Gabriela Hermínia Robert d'Escragnolle Taunay, fora uma dama da alta sociedade brasileira e era irmã do barão d'Escragnolle e filha do conde d'Escragnolle.
Após obter seu bacharelado em literatura no Colégio Pedro II em 1858, aos quinze anos de idade, Taunay estudou Física e Matemática no Colégio Militar do Rio de Janeiro, tornando-se bacharel em Matemática e Ciências Naturais em 1863.
Casou-se com Cristina Teixeira Leite, filha do barão de Vassouras, neta do primeiro barão de Itambé e sobrinha-neta do barão de Aiuruoca. Seu filho foi o historiador Afonso d'Escragnolle Taunay, membro-fundador da Academia Brasileira de Letras.
Crítico das influências da literatura francesa, Taunay buscava promover a arte brasileira no exterior. No dia 21 de agosto de 1883 propõe à câmara dos deputados a autorização de uma soma para a realização de uma sinfonia por Leopoldo Miguez em Paris, nos Concerts-Collone. Anteriormente fora responsável pela promoção de Carlos Gomes no exterior.
Taunay foi um autor prolífico, produzindo ficção, sociologia, música (compondo e tocando) e história. Na ficção, a obra Inocência é considerada pelos críticos como seu melhor livro. Faleceu diabético no dia 25 de janeiro de 1899.
Foi oficial da Imperial Ordem da Rosa e cavaleiro das imperiais ordens de São Bento de Avis e de Cristo.
Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, criou a Cadeira n.° 13, que tem como patrono Francisco Otaviano.
OBRAS:
A Campanha da Cordilheira, 1869
La Retraite de Laguna, 1871 (em francês, traduzido como "A retirada da Laguna")
Inocência, romance, 1872
Lágrimas do Coração. Manuscrito de uma Mulher, romance, 1873
Ouro sobre Azul, romance, 1875
Estudos críticos, 2 vols., 1881 e 1883
Amélia Smith, drama, 1886
No Declínio, romance, 1889
O Encilhamento, romance, 1894
Reminiscências, memórias, 1908 (póstumo)